Eduardo Luís Patriarca: Meditação em fractais e espectros

26 Novembro – Sábado

21h30

Auditório

Eduardo Luís Patriarca: Meditação em fractais e espectros

Apresentação do compositor Eduardo Luís Patriarca

Convidados: 

Manuela Paraíso – Jornalista/Divulgadora de música erudita portuguesa/Autora do programa “Na Outra Margem”

Bruno Pereira – cantor, produtor (associado ao Engenho das Ideias) e professor

Zazen, para percussão e electrónica [estreia] – Nuno Aroso (interpretação)

Ixchel, para guitarra – Augusto Pacheco (interpretação)


Eduardo Luís Patriarca

http://www.eduardoluispatriarca.com/

http://www.mic.pt/

Começou os seus estudos musicais em 1974, no Colégio de Nossa Senhora da Esperança, em piano.

Em 1985 ingressa no Curso de Música Silva Monteiro, onde conclui o Curso Complementar de Piano com Sofia Matos. Estuda ainda com Joaquim Marques da Silva, História da Música e com Fernando C. Lapa, Análise e Técnicas de Composição.

Em 1990 é admitido no Curso Superior de Composição na Escola Superior de Música do Porto, estudando com Cândido Lima, Filipe Pires, Amílcar Vasques Dias e António Pinho Vargas. Nas restantes áreas teve como professores Álvaro Salazar, Günther Arglebe, Miguel Ribeiro Pereira e José Luís Borges Coelho. Mais tarde, na Escola Superior de Música de Lisboa estuda com António Pinho Vargas e Christopher Bochmann.

Durante estes anos foi aluno de Jorge Peixinho (como aluno particular e frequentando os Curso de Aperfeiçoamento de Vila do Conde e o Curso de Formação para professores do GETAP), frequentou seminários de Emmanuel Nunes na Fundação Calouste Gulbenkian, e seminários de Wilfred Jenstchz, Gherard Staebler, António Sousa Dias, Leo Brouwer e Philippe Hurel.

Como professor leccionou em Pedrosos, Espinho, Maia, Mirandela e Póvoa do Varzim. Desde 1991 lecciona na Academia de Música de S. Pio X de Vila do Conde.

As suas obras têm sido tocadas com regularidade em vários locais de Portugal, bem como no estrangeiro. Algumas das suas obras encontram-se gravadas por músicos como Duo Porquoi Pas, Nuno Aroso, Síntese, etc.

Tem participado como convidado e com obras encomendadas no Festival Síntese da Guarda, onde estreou em 2009 “Fractal Points” para piano e ensemble, pelo grupo Síntese e tendo como solista o pianist Fausto Neves.

É desde 2004 júri do Concurso “Marília Rocha”, classe de piano.

Em 2006, participa como conferencista do Encontro “Matemática e Música” co-organizado pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e Casa da Música. Aí apresenta uma conferência sobre fractais e música espectral.

Entretanto ingressa no mestrado em composição na Universidade de Aveiro, sob orientação de Isabel Soveral, sobre a temática fractais e música espectral na obra de Kaija Saariaho.

Em 2011 estreou a sua obra “Ixchel”, pela guitarrista Margarita Escarpa e “Ensō” para orquestra, encomenda do Festival Harmos. No mesmo ano escreve “Processione” para quarteto de cordas, encomenda do Quarteto de Cordas de Matosinhos.

IV Semana do Homenageado “Tempo de Homenagem a António Portugal e António Pinho Brojo”

Clube Literário do Porto | 2 a 14 de Novembro

Sábado, 12 de Novembro de 2011 (Cultura / Obra)

10h00: II Sessão “Guitarra Portuguesa para crianças”

Sessão de experimentação de guitarra portuguesa enlaçada com “estórias” de crianças crescidas.

(Sessão aberta ao público. Entrada livre)

18h00

Lançamento do livro “O Canto e a Música de Coimbra Fotobiografia de Augusto Camacho Vieira”

Apresentação e tertúlia com a presença do autor  – Eng.º Manuel

Fernando Marques Inácio – e a participação do Dr. Augusto Camacho

Vieira e do Grupo de Fados do ISEP.

Momento musical.

(Sessão aberta ao público. Entrada livre)

Domingo, 13 de Novembro de 2011 (Sociedade / Mobilidade Sem Limites)

17h00: “Silêncio Fado Silêncio”

IV Sessão de Fado para surdos. Tertúlia técnica com a presença de

especialistas convidados.

(Sessão aberta ao público. Entrada livre)

Segunda, 14 de Novembro de 2011 (Despedida)

Encerramento da “IV Semana do Homenageado”

Margarida Fonseca Santos apresenta O Segredo da Floresta

3 de Novembro – 5ª Feira

21h30 – Auditório

Apresentação dos livros de canções Histórias de Cantar e O Segredo da Floresta de Margarida Fonseca Santos


Margarida Fonseca Santos 

http://margaridafonsecasantos.blogspot.com/

http://www.margaridafs.net/

A história…

Nasceu em Lisboa, a 29 de Novembro de 1960. Tirou o Curso Superior de Piano no Conservatório Nacional, tendo como objectivo ser professora de Formação Musical no ensino vocacional. Deu aulas em várias escolas, nomeadamente na Escola Superior de Música de Lisboa entre 1990 e 2005.

Começou a escrever em 1993 e neste momento dedica-se a tempo inteiro à escrita. Tem vários livros publicados, na sua grande maioria para crianças e jovens, e escreve com regularidade para teatro.

Orienta ateliers de escrita com crianças, adultos e professores (Escrita Criativa, Escrever teatro para Crianças e Jovens, e Escrever para Crianças e Jovens). Publicou, em co-autoria com Elsa Serra, o manual de Escrita Criativa Quero ser escritor!

É membro fundador do Clic – Clube de Literatura, Ilustração e Cª . É responsável pela rubrica histórias em 77 palavras na revista Pais & Filhos, com ilustrações de Francisca Torres.

Foi responsável pela coluna Crescer a ler do Suplemento de Educação do Jornal de Letras, e pelo apontamento “Bicho-de-conta” (contos para crianças) na Antena 1, Programa “À volta dos dias”.

Ganhou vários prémios de onde se destacam Prémio Revelação Ficção APE/IPLB e Prémio Nacional do Conto Manuel da Fonseca (1996).

Paralelamente trabalha treino mental para a performance, bem como o uso pedagógico e terapêutico da metáforahttp://www.dglb.pt/sites/DGLB/Portugues/autores/Paginas/PesquisaAutores1.aspx?AutorId=10131

O Segredo da Floresta

Depois do sucesso alcançado com o primeiro projecto de CantaStórias em 2009, com inúmeros concertos esgotados, chega agora o novo projecto O Segredo da Floresta, que uma vez mais “canta” as histórias para crianças.

O Segredo da Floresta conta o que os animais, todos juntos, descobriram.
“Chega um recado e diz que vão receber uma prenda. Os animais ficam à espera, pensando no que poderá ser. As horas passam e nada acontece. Para se entreterem, começam a contar histórias uns aos outros. Entre risos e gargalhadas, recebem a melhor prenda do mundo, a amizade.”
Margarida Fonseca Santos, autora de livros infantis, voltou a juntar as suas histórias e músicas às orquestrações de Francisco Cardoso, à frente de um grupo de músicos com vasta experiência em comunicar com crianças.

Geniusymeios

Histórias de Cantar

“Este livro é o resultado do meu trabalho com crianças na área da Iniciação Musical. Todas as canções foram escritas/compostas para um grupo de crianças em especial. Depois… depois aconteceu uma coisa espectacular. Surgiu a hipótese de fazer o CD com a Juventude Musical Portuguesa. O Francisco Cardoso tomou conta dos arranjos e das gravações, fazendo um trabalho magnífico. A Carla Nazareth, com a doçura que a caracteriza, transformou-as em ilustrações absolutamente lindas.

O resultado é este livro/CD, que inclui no final um dossier pedagógico acerca do ensino de canções e o relato de várias experiências em que as artes se cruzam, experiências que pretendem apenas servir de inspiração para quem anda nesta cruzada do ensino da música, do teatro, das artes plásticas, da dança…”

Margarida Fonseca Santos

“Uns gostam de mim, outros pensam que sou louco”

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A convite da Asociación Cultural Calakux, da Galiza, Pablo Russel, chefe da tribo índia Blackfoot (Canadá) veio a Portugal e a Espanha entre os dias 11 e 15 de Maio. Em Portugal deu uma única palestra no Clube Literário do Porto, cujo auditório encheu para o ouvir. Foi grande a expectativa que se gerou à volta desta personalidade, e Pablo Russel surpreendeu tudo e todos com as suas palavras sábias e com a forma simples como falou de coisas tão complicadas como, por exemplo, a nossa relação connosco mesmos, ou ainda do dia-a-dia e das relações profissionais e de amizade.

Todos sabemos que quanto melhor for a nossa relação connosco mesmos e com aqueles que nos são mais próximos, melhor será o nosso relacionamento com o outro; no entanto, muitas vezes, o stress da vida moderna, cega-nos e não nos deixa ver o quanto perdemos por não olharmos para dentro de nós e tentarmos resolver, primeiro, o que verdadeiramente nos incomoda para depois, e só depois, podermos ser melhores para com os outros.

Esta foi a primeira vez que Pablo Russel veio a Portugal. Em entrevista a Isabel Damião para o blogue do CLP, confessou-nos que gostou particularmente do Porto, onde, pela primeira vez, viu casas seculares. O que muito o surpreendeu.
Pablo veio à Europa para divulgar a visão que um dia teve, e o facto de estar em Portugal, depois de já ter visitado muitos outros países europeus, significa que a sua missão está quase a terminar na Europa, permitindo-lhe voltar para o seu país e matar as (muitas) saudades que já tem. E a mensagem que ele faz questão de passar é chamar a atenção de quem o ouve para que tente regressar às suas raízes.
“Principalmente, eu tento incentivar as pessoas para que regressem às suas origens, às suas raízes, porque os problemas das pessoas, ou melhor o que as pessoas necessitam para resolver os seus problemas, seja afastar medos, seja recuperar a auto-estima, bem como amarem-se a si próprias, vem das suas raízes. Se cada um conhecer e manter vivas as suas origens terá o poder de seguir em frente, seja na concretização dos seus sonhos, nos propósitos da sua vida, na escola, enfim, em tudo”, afirma Pablo Russel.
Nestas palestras, ele aproveita também para falar das suas próprias raízes e do povo de onde é oriundo. “Eu conto as minhas histórias e as histórias da tribo de onde venho e uso-as como exemplo, como uma forma de vida, para encorajar as pessoas daqui a seguir as suas raízes”.
Recusa a ideia de ter seguidores. Defende mais a ideia de que devemos fazer aquilo em que acreditamos. “Essa é a forma verdadeira de nos manifestarmos. Quando fazemos as coisas com convicção, os outros, naturalmente, seguem-nos. Não sei se na Europa tenho seguidores, essa não é a minha preocupação. Eu não ando à procura de seguidores. Mas há muitas pessoas que vêm às minhas palestras, ouvem o que eu lhes digo e depois fazem isso mesmo. Ou seja, vão à procura delas próprias”.
“O que eu sinto nas pessoas é que quando me ouvem, não lhes estou a dizer nada que não saibam já, mas penso que é difícil para essas pessoas olharem para trás, para os seus antepassados, para as suas raízes, porque já tudo foi há muito tempo. Ficou para trás. Só já se encontram algumas histórias nos livros, mas estão muito distanciadas da forma como viviam os seus antepassados, daí que pensem que seja difícil fazer essa busca”, sublinha Pablo.

Agora, embora de uma forma calma e lenta, estamos a tentar recuperar a nossa cultura
Mas este é um problema que não afecta apenas o mundo ocidental. Pablo Russel admite que teve muita sorte por ter recebido os ensinamentos do seu avô, ao contrário da grande parte das pessoas da sua idade e até da geração anterior à sua.
“Nós vencemos sempre o exército – conta –, mas chegámos a um ponto em que já não conseguíamos lutar contra a fome. Nessa altura, rendemo-nos e fomos para a Reserva. Aí, as crianças eram açoitadas para aprenderem a falar Inglês, esquecendo a língua Blackfoot. Mas eu tive sorte porque cresci com os meus avós que sempre me ensinaram a nossa língua e me falaram das nossas tradições para que eu as mantivesse vivas dentro de mim”. E exemplifica: “Os meus irmãos e as minhas irmãs mais novas não falam Blackfoot, porque os meus pais puseram-nos na escola e lá batiam-lhe para eles aprenderem o Inglês e esquecerem o Blackfoot. A Escola e a Igreja prejudicaram bastante a nossa cultura. Agora, embora de uma forma calma e lenta, estamos a tentar recuperar a nossa cultura”.

Apesar de tudo, Pablo não pretende ser um exemplo de comunhão entre a cultura dos Blackfoot e a cultura europeia. “Apenas tento ser eu próprio. Uns gostam de mim, outros pensam que sou louco. Penso que, actualmente, a minha cultura está a renascer. Por exemplo, os meus pais como católicos convictos que são, manifestaram-se sempre contra a Dança do Sol que eu faço, e quando eu ia para esse ritual, eles não acreditavam que eu conseguia falar com os animais. Tiveram de ver com os seus próprios olhos. Mas até aí, eu não me importei que se rissem de mim, ou que não acreditassem em mim, ou até que os meus pais me abandonassem. Eu fui sempre fiel a mim próprio e às minhas convicções. Depois de assistirem à Dança do Sol, os meus pais mudaram e também eles fizeram a dança e juntaram-se à nossa sociedade. Eles agora também já têm a preocupação de olhar para as suas raízes. Ou seja, a minha persistência acabou por vencer. Quando acreditamos muito numa coisa os outros acabam por nos seguir”.

“Se tu fores um bom exemplo e venceres na vida, os que te rodeiam vão querer ser como tu. Vão querer imitar-te”
Uma máxima que Pablo Russel nos deixa é a seguinte: “Se tu fores um bom exemplo e venceres na vida, os que te rodeiam vão querer ser como tu. Vão querer imitar-te. Em contrapartida, se não deres o exemplo e te limitares a dizer às pessoas o que devem fazer, ninguém te levará a sério. Eu, por exemplo, nunca falei disto aos meus irmãos e irmãs, apenas o fiz, e eles acabaram por seguir os meus passos”.

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LIÇÃO DE VIDA
Os animais têm, em relação aos homens, duas vantagens: liberdade e amor incondicional. Se chegamos a casa e o nosso cão quer brincar, mas a nós não nos apetece, somos capazes de o fechar num quarto. Mais tarde, quando já estivermos bem-dispostos, vamos lá, abrimos a porta, e o cão lá está a abanar a cauda e cheio de vontade de brincar connosco. Agora imaginem que fazemos isto ao nosso companheiro(a). Se o (a) fecharmos num quarto, quando lá voltarmos não só não vai estar muito bem disposto (a ), como nos vai exigir uma explicação”.
Este foi um dos muitos exemplos que Pablo Russel nos transmitiu na palestra que veio dar ao auditório do Clube Literário do Porto, no dia 12 de Maio.

Isabel Damião

Duplo.Duo “imprevisível”

Renato Diz e Sérgio Tavares são os nomes que compõem o Duplo.Duo. Já não foi a primeira vez que vieram ao Clube Literário do Porto, mas no sábado, dia 24 de Abril, apresentaram-se ao público de uma forma diferente – ou melhor – de uma forma original, desafiando o público a participar na construção das músicas que apresentaram ao longo de quase hora e meia de concerto. Para que compreenda melhor o que aconteceu nesta noite irrepetível, decidimos entrevistar os músicos para nos falarem um pouco mais deste projecto.

Isabel Damião

        

Qual o nome do projecto?

 O projecto que apresentámos ontem [dia 24 de Abril] no Clube Literário do Porto – Música Improvisada – continua a ser o desenvolvimento da regular actividade do Duplo.Duo. A diferença é que, ao contrário do que é habitual (preparar um reportório de temas/arranjos oriundos do universo do jazz e originais), experimentámos fazer um concerto totalmente imprevisível.

Como surgiu esta ideia?

 A acrescentar ao facto de eu [Sérgio Tavres] e o Renato [Diz] termos um entendimento musical invulgar e partilharmos um enorme interesse pela improvisação total, quando estávamos a discutir o reportório para este concerto, decidimos que seria totalmente improvisado, depois o Renato lembrou-se de incluir o público, da estratégia das canetas e dos papéis… e aconteceu!

Em que consiste este projecto?

O projecto Duplo.Duo é um duo de jazz, de música improvisada. Ontem, foi essencialmente fechar os olhos, escutar e entramos em diálogo, depois paramos para ler as propostas do público e o processo reeniciou. Em relação aos brinquedos (nomeadamente a preparação do piano) e da electronica que utilizamos, são recursos que ampliam a gama dos sons que temos à nossa disposição e em simultâneo possibilitam expandir os limites timbricos dos nossos instrumentos.

Por que é que distribuíram folhas em branco e esferográficas pela assistência?

Para propor a todos que participassem com ideias extra-musicais que nos pudessem servir de motivo, de gesto, de intenção e assim, conseguir criar um fluxo de energia muito positivo.

Até onde pretendem ir com este projecto?

Até Hong Kong!